Orientação
do Governo Federal é que projetos de infraestrutura com menor potencial de
empregos sejam financiados pelo BNDES. Iniciativa pode prejudicar projetos
aprovados em agosto
Os
projetos de energia eólica no Ceará não terão mais prioridade de financiamento
por parte do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A informação foi confirmada
pela assessoria de imprensa do banco. Desde a posse do novo presidente,
Jurandir Santiago, em junho deste ano, há uma orientação do Governo Federal
para que recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)
sejam usados em operações de microcrédito ou para incentivar setores que gerem
mais empregos. O motivo dessa orientação é o próprio aquecimento econômico da
região Nordeste, cuja demanda por crédito está sendo maior que a oferta.
Ainda de
acordo com a assessoria, a energia eólica é um segmento que não tem um grande
potencial de geração de empregos, ao contrário de setores do comércio,
indústria e serviços de micro e pequenas empresas. Outro motivo alegado seria o
fato de que o Nordeste seria uma região que atrai muitas empresas eólicas e que
elas não precisariam ser incentivadas para se instalar aqui. Para empresas
desse segmento, a orientação seria a utilização de recursos do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e não do FNE, que possui juros
mais baratos.
Para o
presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Ceará, Adão Linhares, a
orientação do Governo Federal é equivocada em relação à geração de empregos. “O
setor de energia eólica gera muitos empregos. E são empregos com salários mais
altos porque exigem qualificação”, afirma. Ele diz que o FNE tem o objetivo de
desenvolver uma região que está em situação desigual em relação às demais,
através de investimento em infraestrutura. “Dessa forma, vamos ter que competir
de igual para igual, como se estivéssemos no Sudeste”, contesta.
Adão
Linhares afirma que, se essa orientação for seguida, será um obstáculo para
projetos que foram aprovados em agosto, no Leilão de Reserva A-3, realizado
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no mês passado, no qual
foram contemplados quatro empreendimentos do Ceará. Na ocasião, foram
contratados R$ 395 milhões, na contratação de 103,6 MW, no Estado, que ficou em
terceiro lugar em número de projetos.
A posição
de priorizar os recursos do BNB para incetivo aos pequenos já havia sido
adiantada pela própria presidente Dilma Roussef, então candidata à presidência,
em entrevista ao O POVO, em abril do ano passado.
NÚMEROS
378 MILHÕES
de reais
foi o volume desembolsado pelo BNB para o Crediamigo, no primeiro semestre de
2011.
40%DE
CRESCIMENTO
em
relação ao mesmo período do ano passado.
Bruno
Stéfano
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2011/09/02/noticiaeconomiajornal,2291284/energia-eolica-deixa-de-ser-prioridade.shtml
<acessado em 02/09/11 às 19:30>
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